Congelamento de Óvulos

Criopreservação

A manutenção da fertilidade feminina através da criopreservação (congelamento de óvulos) permite à mulher armazenar essas células ainda jovem, para usar quando estiver mais velha e planejar uma família.


As taxas de gravidez, de aproximadamente 55%, demonstram que o método é eficaz comparado às taxas de gravidez em FIV com óvulos, tornando o procedimento a única alternativas para preservar a fertilidade da mulher. O congelamento de óvulos também pode ter uma indicação médica de emergência: quando a mulher se depara com o diagnóstico de uma patologia maligna, como câncer, ou alguma razão pessoal.


Hoje em dia, aproximadamente 2.000 nascimentos são registrados no mundo com essa tecnologia, o que fez com que os Estados Unidos, por exemplo, abolissem o caráter experimental da técnica, para colocá-la em forma de tratamento com aplicação clínica.


O processo envolve estimular os ovários da mulher a produzir maior número de óvulos, depois coletá-los, através da punção dos folículos, e armazená-los para uso futuro. A melhor qualidade dos óvulos da mulher é quando ela está entre 16 e 28 anos de idade. Muitos ainda permanecem com boa qualidade entre 29 e 38 anos de idade. E podem existir alguns óvulos úteis no final de seu período reprodutivo, entre 39 e 46 anos de idade. Portanto, a melhor situação seria ter os óvulos para congelar, o mais cedo possível (abaixo de 35 anos).


Indicações para congelamento de óvulos eletivo:

- Mulheres solteiras e que não pensam em engravidar agora, informadas e preocupadas com a diminuição da fertilidade;

- Mulheres que querem doar óvulos, de forma voluntária, podem congelar parte desses óvulos, mantendo uma reserva própria;


Congelamento de óvulos por indicação médica:

- Mulheres que serão submetidas a tratamentos oncológicos.

- Fertilização in Vitro – evita questões éticas e religiosas com o congelamento de embriões

- Mulheres com histórico familiar de menopausa precoce

- Mulheres com exames diagnósticos, mostrando baixa reserva ovariana e que não pensam em engravidar agora.

Técnicas de Congelamento

O que é Vitrificação?

Até recentemente, o único método de congelar óvulos era o de Congelamento Lento. Diferentemente do congelamento de sêmen - um método bem sucedido durante anos - os resultados iniciais do congelamento de óvulos, utilizando o Congelamento Lento, não foram animadores.


VitrificaçãoOs óvulos contêm uma grande quantidade de água no seu interior (muito citoplasma), o que faz o congelamento de óvulos muito mais difícil. Ao serem congelados, podem formar cristais de gelo no seu interior, aumentando a pressão interna da célula e levando a sua ruptura (degeneração).


A evolução da técnica de congelamento de óvulos teve de passar pela tentativa de minimizar essa formação de cristais de gelo, e, para isso, foi necessário remover uma quantidade de água de dentro dos óvulos (desidratação). Mas, o Congelamento Lento impossibilitava a remoção de toda a água do óvulo, e cristais de gelo se formavam da mesma maneira, abaixando as taxas de fertilização e gravidez.


A introdução da técnica de Vitrificação (congelamento ultrarápido) possibilitou um congelamento tão rápido, que não há tempo para a formação de cristais de gelo.


Ela foi criada pelo Dr. Masashige Kwayama da Clinica Kato, em Tóquio, no Japão, e se difere pela rapidez com que atinge baixas temperaturas (-196º), produzindo um estado vítreo no embrião ou óvulo e impedindo danos celulares.


Comparação da velocidade de congelamento entre as duas técnicas:

Congelamento Lento: 0,3 ºC por minuto e 2 horas de tempo de congelamento.

Vitrificação: 23 ºC por minuto e 20 minutos de tempo de congelamento.

Como é feito o congelamento de óvulos?

Para congelar óvulos maduros no estágio em que obtemos os melhores resultados de gravidez, a paciente é submetida ao procedimento de Fertilização In Vitro (FIV). Estimulação ovariana, coleta dos óvulos, manipulação dos óvulos (limpeza e classificação) e vitrificação.


No momento em que a paciente deseja engravidar, é concluído o processo da Fertilização In Vitro (FIV) com o descongelamento dos óvulos, coleta dos espermatozoides, Fertilização (ICSI), transferência dos embriões. Portanto, o procedimento de congelamento pode ser dividido em três fases iniciais (até o congelamento) e duas fases complementares (descongelamento e transferência dos embriões).


1 - Estímulo ovariano (crescimento dos óvulos)

A estimulação dos ovários tem o objetivo de produzir um número maior de óvulos para o congelamento. No ciclo natural a mulher produz um único óvulo, o que é pouco para garantir uma reserva de óvulos que produza bons resultados de gestação.


Os medicamentos são injetáveis e de administração subcutânea, facilmente aplicados pela própria paciente. As dosagens são reguladas de acordo com as necessidades individuais e controladas pelos exames seriados (dosagens hormonais e ultrassom) realizados nessa fase.

2 – Aspiração dos óvulos

É a fase final, em que a paciente deve comparecer a clínica aproximadamente 35 horas após a administração do último medicamento (HCG). Em jejum e no horário estabelecido pela equipe médica.


É feita a punção vaginal no centro cirúrgico, guiada por ultrassom, sob anestesia (sedação de ação curta), onde os óvulos são aspirados em procedimento rápido (10 – 15 minutos). Após aproximadamente 30 minutos de repouso, a paciente é liberada, podendo realizar suas atividades normais no mesmo dia.


3 – Congelamento (vitrificação)

Após a aspiração, os óvulos são separados, cultivados e classificados quanto à sua maturidade, podendo permanecer vitrificados por tempo indeterminado. A técnica de congelamento por vitrificação assegura resultados excelentes nos tratamentos de Fertilização in Vitro. A taxa de gestação por essa técnica é semelhante ao tratamento utilizando óvulos frescos.

4 – Descongelamento

Essa fase começa após a paciente decidir que deseja engravidar. O útero é preparado para receber os embriões; coleta da amostra seminal (avaliação e preparo dos espermatozoides); descongelamento dos óvulos para posterior fertilização (formação dos embriões) e a transferência dos embriões.


No descongelamento, os óvulos são aquecidos e retirados do meio que os manteve no período em que estiveram vitrificados. Em seguida, são encaminhados para o processo de fertilização.


O preparo do útero para receber os embriões é extremamente simples, pois a necessidade de medicamentos é mínima. Isso pode ser feito até dentro de um ciclo ovulatório natural, com a presença somente dos hormônios produzidos pelo próprio organismo.


A fertilização dos óvulos descongelados pode ocorrer de duas formas:


A FIV convencional: onde os óvulos são colocados em uma incubadora no laboratório, junto dos espermatozoides e meio de cultura, em condições ambientais semelhantes às encontradas nas trompas – local onde normalmente ocorre a fecundação natural.


A técnica de ICSI: onde é injetado com uma micropipeta, um único espermatozoide dentro de cada óvulo. No dia seguinte, verificam-se quais óvulos foram fertilizados, e a partir daí inicia-se o processo de divisão celular do embrião.


5 – Transferência dos embriões

A paciente deverá comparecer à clínica no horário predeterminado. O procedimento de transferência é simples, sem a necessidade de anestesia, porém deve ser feita pelo médico com extremo cuidado. O último passo do processo, apesar de ser simples, requer habilidade, experiência e destreza do médico, a ponto de colocar em risco o sucesso da tentativa de FIV, mesmo com tudo correndo perfeitamente bem até o momento.


É introduzido um pequeno cateter flexível pela vagina em direção ao colo do útero, até atingir a cavidade uterina. A transferência de embriões deve ser da maneira menos traumática possível. Após essa etapa, a paciente deverá ficar deitada na mesa ginecológica por cerca de 15 minutos, retornando posteriormente para casa com repouso, atividades físicas limitadas e orientação sobre os medicamentos que deverá continuar usando.


O número de embriões a ser transferidos depende de uma série de fatores, como: idade (novas regras do CFM, maio de 2013), qualidade dos embriões e desejo da paciente. Com os avanços das técnicas de laboratório para avaliação dos embriões e meios de cultura cada vez melhores, o número de embriões transferidos dificilmente ultrapassa dois.


O congelamento de óvulos é a única alternativa viável para a mulher que está pensando em preservar a fertilidade, e deve ser oferecido às pacientes. A paciente deve assinar um Termo de Consentimento, deixando claras as limitações e possibilidades de sucesso da técnica (taxa de fertilização e taxa de gravidez) após o descongelamento dos óvulos.


Atualmente, as chances de sucesso desse procedimento são de 40% por tentativa, em média, tendo a possibilidade de se trabalhar com 5 – 6 óvulos que sobreviveram ao processo de descongelamento.

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