Endometriose

Fatores sociais e culturais


  • Dizem que é a doença moderna, mas foi descrita pela primeira vez em 1921. A modernidade é atribuída pelo fato de hoje em dia as mulheres tenderem a adiar a gravidez, terem menor número de gestações e viverem mais estressadas.
  • Há quatro anos aparece no Medline, maior fonte de pesquisa médica na internet, como a doença ginecológica mais pesquisada no mundo, com o maior número de trabalhos científicos publicados.
  • O mercado mundial da endometriose movimentou aproximadamente US$ 895 milhões em 2004. A taxa de crescimento anual deste mercado é estimada em 2,9%.
  • A endometriose acomete mulheres com alto nível de escolaridade. Estudo feito no Hospital das Clínicas de São Paulo mostrou que 56% das pacientes tinham o segundo grau ou nível superior completo.

Epidemologia

  • 10 a 15% das mulheres em idade reprodutiva sofrem de endometriose;
  • 30 a 50% das mulheres que têm endometriose são inférteis;
  • 40 a 50% das mulheres que fazem tratamento para engravidar têm endometriose;
  • Especialistas concordam que cerca de 50% das adolescentes que sofrem cólicas incapacitantes têm endometriose;
  • Segundo estudo epidemiológico, 75% das portadoras de endometriose são mulheres brancas.


Causas

  • Existem várias teorias sobre as causas da doença, mas nenhuma é aceita como definitiva. A primeira, de Sampson, falava da “menstruação retrógrada” – pedacinhos de endométrio vindos do refluxo menstrual – já não é aceita como única teoria, pois os núcleos de endometriose não se restringem aos órgãos reprodutores.
  • Está associada a um desequilíbrio hormonal: estrógeno demais e progesterona de menos. É o estrógeno que alimenta o foco de endometriose.
  • O estresse é a causa mais aceita: uma grande porcentagem das mulheres com endometriose apresentam sintomas de estresse emocional, que também está relacionado aos fatores imunológicos: quanto maior o estresse, menor a imunidade.
  • O fator imunológico é outro suspeito, pois mulheres que possuem focos de endometriose podem apresentar deficiências imunológicas como: fibromialgia e lúpus, por exemplo. O hipotireoidismo também pode acometer até 40% das mulheres portadoras da doença.
  • Existe a teoria do fator genético, com base na história familiar. Quando a tia, a irmã, a mãe ou alguma mulher da família já teve ou tem a doença.
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Características e Sintomas

  • Provoca dores, pois os focos de endométrio inflamam e menstruam todos os meses. As dores podem beirar o insuportável. Porém, há endometrioses que não doem. O que agrava o problema do diagnóstico tardio.
  • Seu possíveis sintomas são: cólicas, dores durante as relações sexuais, alterações urinárias como dor ou presença de sangue e alterações intestinais na época da menstruação, como dor para evacuar ou sangue nas fezes.


De acordo com a localização dos focos de endométrio no corpo, observam-se diferentes tipos de endometriose, que exigem tratamentos diferentes. Confira os tipos de endometriose:

  • Do peritônio (tecido que reveste os órgãos internos): responde melhor ao tratamento medicamentoso. Boa parte dos focos podem ser encontrados nessa região, incluindo ovários, tubas uterinas, saco de Douglas (região atrás do útero), diafragma.
  • De ovários: levam à formação de cistos, provocam intensa dor pélvica, respondem melhor ao tratamento cirúrgico e medicamentoso.
  • Profundas: no intestino, na bexiga (cerca 15% dos casos). Provocam muita dor, problemas intestinais e respondem mal ao tratamento medicamentoso. Às vezes é preciso retirar um pedaço do intestino.
  • Atípicas: focos de endométrio que aparecem em locais como o pulmão, o cérebro, o septo nasal. (Menos de 5% dos focos são encontrados em locais tão imprevisíveis).

Diagnóstico e tratamento

  • O diagnóstico da doença é tardio, em média após os 30 anos. Ele é retardado ou mascarado pelo uso de anti-inflamatórios e anticoncepcionais, ou pela falta de sintomas.
  • Ele deve ser cirúrgico, com biópsia da lesão suspeita, assim como o exame físico durante a menstruação.
  • O tratamento é cirúrgico com a retirada dos focos e a cauterização do leito do foco. Deve ser complementado com medicamentos hormonais no pós-operatório.
  • Os retornos clínicos são semestrais, com a realização de exames para controle.
  • Exercícios físicos e práticas que aliviem o estresse são recomendados para aumentar os níveis de endorfinas e serotonina, como terapia complementar.
  • Engravidar também é um bom remédio para a endometriose, pois os focos param de crescer e não inflamam. Após a gravidez, a doença pode voltar e o tratamento deve recomeçar.
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